Como Parar de Se Ver Como um Mau Desenvolvedor
Você sente que é o elo mais fraco da sua equipe? Que seu salário é alto demais para suas habilidades? Que mais cedo ou mais tarde, a gerência vai descobrir sua incompetência e demiti-lo?
Ninguém nunca disse que você está fazendo um mau trabalho, mas mesmo assim, você continua acreditando nisso. Se essa situação soa familiar, você provavelmente está enfrentando a síndrome do impostor—uma condição na qual profissionais duvidam de suas próprias habilidades, atribuem o sucesso à sorte e sentem que não merecem seu cargo.
Você não está sozinho. Muitos desenvolvedores enfrentam esses pensamentos. A chave para superar a síndrome do impostor é identificar e desmontar as crenças falsas que a alimentam.
Crenças Equivocadas que Estão te Segurando
1. “Eu Deveria Saber Tudo no Meu Nível”
Cenário: James conseguiu um cargo de desenvolvedor pleno com um salário de R$ 10.000. Antes, ele ganhava R$ 4.000 como engenheiro. Agora, sente que precisa saber tudo por ganhar mais.
Realidade: Nenhum desenvolvedor sabe tudo—nem mesmo aqueles com mais de 10 anos de experiência. Fazer perguntas não é sinal de fraqueza; é um sinal de engajamento e desejo de melhorar. O verdadeiro risco é ficar em silêncio, perder prazos e falhar porque não buscou esclarecimentos.
Solução: Normalizar fazer perguntas. Cada empresa tem suas próprias tecnologias e processos, e é impossível saber tudo desde o primeiro dia.
2. “Não Consigo Acompanhar”
Cenário: Marina acredita que seu chefe duvida de suas habilidades. Ela se pergunta como conseguiu ser contratada se se sente tão inadequada.
Realidade: Se você passou na entrevista e no período de experiência, suas habilidades são compatíveis com o cargo. Se a gerência tivesse dúvidas, não teriam mantido você.
Solução: Confie no processo de contratação. Se ninguém disse explicitamente que você está abaixo das expectativas, não crie problemas que não existem.
3. “Um Desenvolvedor Júnior é Melhor do que Eu”
Cenário: Maxim, um desenvolvedor pleno, sente-se inferior ao desenvolvedor júnior Sergey, que parece resolver as tarefas mais rapidamente.
Realidade: A experiência na empresa conta. Sergey pode entender melhor os processos simplesmente porque está lá há mais tempo. Ou então, ele pode estar subestimando suas próprias habilidades e permanecendo na posição júnior mesmo tendo um nível mais avançado.
Solução: Pare de se comparar com os outros. Foque no seu próprio crescimento.
4. “Trabalho Muito, Mas Ainda Fico Para Trás”
Cenário: Oscar trabalha 10-12 horas por dia, até nos fins de semana, mas ainda luta para cumprir os prazos. Ele sente que é incompetente.
Realidade: É normal precisar de mais tempo para se ajustar a um novo cargo. Mesmo desenvolvedores seniores enfrentam dificuldades com prazos apertados.
Solução: Se os prazos parecem impossíveis, converse com seu gestor sobre ajustes na carga de trabalho. Muitas vezes, o problema não é sua produtividade, mas expectativas irreais.
5. “Não Entendo o que Esperam de Mim”
Cenário: Alex recebe uma descrição de tarefa vaga de seu líder, mas hesita em pedir esclarecimentos.
Realidade: Nem todo mundo se comunica com clareza. Se as instruções forem confusas, o problema não é seu.
Solução: Tente usar ferramentas de IA ou discutir com colegas. Se a tarefa ainda não for clara, peça ao líder que reformule. Comunicação clara beneficia todos.
Considerações Finais
Superar a síndrome do impostor começa com o desafio às crenças irracionais. Lembre-se:
- Ninguém espera que você saiba tudo.
- O fato de ter sido contratado e ter passado pelo período de experiência prova seu valor.
- Comparar-se aos outros é improdutivo.
- Ter dificuldades com a carga de trabalho é normal—o importante é lidar com isso, não se culpar.
- Pedir esclarecimentos não é fraqueza; é essencial para o sucesso.
A síndrome do impostor é comum, mas não define você. Concentre-se em aprender, crescer e reconhecer suas conquistas.
💬 Você já se sentiu um impostor na sua carreira de desenvolvedor? Compartilhe sua experiência nos comentários!
Compartilhe
Publicar comentário