Quem Quebrou o Bitcoin no Dia 4 de Julho?
Quem Quebrou o Bitcoin no Dia 4 de Julho? 80.000 BTC Moveram-se no Que Pode Ser o Primeiro Verdadeiro Exploit – e Você Perdeu.
Isso não foi uma baleia. Foi uma mensagem – o timing, a precisão, as mensagens ocultas – todos os sinais apontam para um ato deliberado que poderia redefinir como pensamos sobre a segurança do Bitcoin nos seus primórdios.
6 Bilhões em Bitcoin Movidos Sem Rastro
No dia 4 de julho de 2025, enquanto a maioria dos EUA estava celebrando o Dia da Independência, algo verdadeiramente bizarro aconteceu no mundo das criptomoedas. 80.000 BTC – no valor de $8,6 bilhões – foram repentinamente movidos, e quase ninguém percebeu.
Veja o que torna isso ainda mais estranho:
- As moedas vieram de 8 carteiras que estavam inativas há mais de 14 anos.
- Cada carteira continha exatamente 10.000 BTC.
- Todas as transferências aconteceram ao mesmo tempo, de uma maneira perfeitamente coordenada.
- A simetria e a precisão do evento deixam uma coisa clara: isso não foi um acidente.
Isso não é apenas outra baleia movendo moedas. Este evento levanta grandes questões sobre os primeiros dias do Bitcoin, segurança das carteiras, e talvez até mesmo os limites da criptografia em si.
Não Apenas Grande – Incrivelmente Preciso
Isso não foi apenas a maior movimentação de BTC já registrada em uma única operação – foi também uma das mais precisamente executadas. E isso é o que é verdadeiramente inquietante.
Não foi um típico momento de “baleia acordando”. Não tinha nenhuma da aleatoriedade ou confusão que você esperaria. Em vez disso, parecia uma vitrine técnica… ou pior, o resultado de um grande avanço criptográfico.
As Carteiras Envolvidas: Fósseis dos Dias Mais Antigos do Bitcoin
As 8 carteiras envolvidas na operação não são apenas antigas – são exemplos clássicos de armazenamento da era inicial do Bitcoin. E todas compartilham algumas semelhanças sinistras:
- Mesmo tipo de endereço: Todos são P2PKH – o formato “legado” utilizado nos primeiros anos do Bitcoin (eles começam com um ‘1’).
- Sem atividade por mais de uma década: Essas carteiras nunca enviaram uma única transação desde que foram criadas – em algum momento entre 2010 e 2011.
- Mesma quantia exata: Cada uma continha exatamente 10.000 BTC, sugerindo que foram criadas juntas, possivelmente pela mesma pessoa ou sistema.
- Financiadas ao mesmo tempo: Todas datam da era de ouro dos primeiros adoções – quando as recompensas de mineração eram altas e o Bitcoin ainda era um experimento de nicho.
Um Padrão Perfeito Demais para Ignorar
Esse tipo de uniformidade não é um golpe do destino. Sugere fortemente que essas carteiras:
- Não eram de diferentes indivíduos
- Não foram criadas aleatoriamente
- Poderiam ter vindo de uma origem comum – talvez até geradas automaticamente por um programa
Se esses endereços foram gerados com aleatoriedade falha entre 2010-2011, poderia alguém tê-los quebrado?
Primeira Mensagem: Tomamos Posse da Sua Carteira
"AVISO LEGAL: Tomamos posse desta carteira e seus conteúdos"
Claro. Ousado. Legalista. O remetente não está apenas movendo moedas – está fazendo uma reivindicação pública. Lê-se como um aviso de apreensão, como se alguém estivesse retomando uma casa. Exceto que isto não é um imóvel – é $8,6 bilhões em Bitcoin.
Segunda Mensagem: Prove sua propriedade
"Não abandonado? Prove isso com uma transação em cadeia usando a chave privada até 30 de setembro"
Estão desafiando o proprietário original a provar a propriedade da única maneira que importa no Bitcoin: Assinando uma transação com a chave privada.
Sem documentos judiciais. Sem telefonemas. Sem apelações. Se você realmente possui a carteira, prove – na blockchain – até 30 de setembro.
Terceira Mensagem: Aviso Legal de 90 Dias
"AVISO AO PROPRIETÁRIO: veja salomonbros.com/owner-notice"
Curto. Formal. E carregado de implicações.
A mensagem inclui uma referência a um site externo, salomonbros.com, que hospeda um aviso legal completo detalhando como esses fundos são considerados “abandonados” e como alguém mais agora os está reivindicando.
O remetente está tentando enquadrar isso como legítimo – não como roubo, não como hack, mas como um processo formal. É como servir um aviso através da própria blockchain.
Quarta Mensagem: Série de TV Números Perdidos
"4 8 15 16 23 42"
Se você sabe, você sabe. Esses são os infames “Números Perdidos” da cultuada série de TV Lost (2004–2010). No show, esses números aparecem em todo lugar e estão ligados a uma força misteriosa em uma ilha estranha. Eles devem ser digitados a cada 108 minutos para prevenir o fim do mundo. E qualquer um que os use – ganhadores de loteria, pesquisadores, estranhos – eventualmente encontra a desgraça.
Parece familiar? Uma história de controle oculto, conhecimento proibido, e o perigo de despertar algo que estava adormecido há muito tempo.
Para aqueles curiosos, você pode explorar os endereços e mensagens você mesmo:
Uma Fraqueza do Bitcoin Finalmente Foi Explorada?
As carteiras envolvidas na transferência de 4 de julho usaram P2PKH, o formato de endereço original do Bitcoin. Isso por si só não seria suspeito – exceto pelo que sabemos sobre quantas dessas carteiras foram geradas entre 2010 e 2013.
O problema? Aleatoriedade ruim. E na criptografia, aleatoriedade ruim = segurança quebrada.
Por Que As Carteiras Antigas Eram Vulneráveis
As carteiras Bitcoin dependem de uma chave privada de 256 bits, gerada aleatoriamente. Se a aleatoriedade (entropia) for fraca, o número de chaves possíveis diminui – tornando ataques de força bruta possíveis.
Entre 2010 e 2013, vários tipos de carteiras cometeram erros críticos:
Em resumo: algumas chaves “aleatórias” não eram aleatórias em absoluto.
Como Isso Poderia Quebrar uma Carteira P2PKH
- Geração de chave fraca = pequeno espaço de chaves
- Atacante percorre todas as chaves possíveis (
x
), deriva o endereço deRIPEMD160(SHA256(G·x))
- Compara com um endereço conhecido
- Se financiado? Acabou o jogo.
Algumas ferramentas hoje podem escanear bilhões de chaves por segundo. Com apenas 2 ³² – ⁶⁴ possíveis chaves, o trabalho se torna prático – até trivial – com GPUs modernas.
Por Que Isso Se Encaixa na Mistério
- Todas as 8 carteiras: P2PKH, intocadas desde 2010–2011
- Todas financiadas com 10.000 BTC
- Todas movimentadas simultaneamente, após 14 anos
- Sem sinais de hacks, phishing ou acesso não autorizado
Isso parece menos sorte – e mais como um padrão foi descoberto.
Possivelmente:
- Um gerador de chaves com falhas foi reverter engenharia
- Um conhecido erro de entropia foi explorado
- Uma chave levou a todas elas
Se Isso For Verdade…
Seria o exploit de chave privada mais sofisticado na história do Bitcoin – visando endereços legados criados com aleatoriedade fraca.
E não seria o último.
Estágio Legal: Proteção ou Desempenho?
A sofisticação legal por trás desta operação é tão cativante quanto a façanha técnica. A referência aos Salomon Brothers e o detalhamento do processo de reivindicação apontam para uma estratégia legal cuidadosamente coreografada que não é apenas para proteção – mas talvez para enviar uma mensagem.
Uma Estrutura Legal Sob Medida
O site salomonbros.com/owner-notice estabelece uma arquitetura legal completa:
- Doutrina de Abandono: Ativos deixados intactos por 14 anos podem ser considerados legalmente abandonados.
- Processo de Reivindicação de Propriedade: Os reclamantes devem provar que são os legítimos proprietários – seja através de assinatura em cadeia ou documentação oficial.
- Período de Carência: Um período de 90 dias, expiração em 5 de outubro de 2025, é concedido para que as reivindicações sejam apresentadas.
- Transferência Após o Prazo: Se não contestada, a entidade afirma que pode legalmente reivindicar a propriedade dos fundos.
Longe de ser amador, essa estrutura legal mostra clara intenção – seja para prevenir oposição legal ou para criar um estudo de caso histórico.
Posse Adversa Digital?
Isso é mais do que uma cobertura legal – é uma ousada transposição do direito de propriedade do mundo real para o espaço digital. A entidade por trás da operação parece estar aplicando um princípio consagrado de reivindicações de ativos físicos a criptomoedas:
“Eu tomei posse de um ativo abandonado, fiz essa ação pública, permiti tempo para contestação, e se nenhuma surgir, eu afirmo plena e legítima propriedade.”
Isso ecoa várias doutrinas legais de longa data:
1. Doutrina de Propriedade Abandonada
Em muitas jurisdições, se um ativo for deixado inutilizado ou não reclamado por um longo período, e alguém mais assume posse abertamente, ele pode ser considerado legalmente abandonado. Embora 14 anos seja menor que alguns padrões legais, o precedente é claro.
2. Posse Adversa (Direitos de Ocupantes)
Um conceito legal poderoso no mercado imobiliário dos EUA: se uma pessoa ocupa terras continuamente, abertamente e sem permissão por um número determinado de anos (geralmente 10–15), elas podem ganhar título legal. Aqui, essa lógica é reimaginada no mundo blockchain – com carteiras em vez de terras, e atividade em cadeia como aviso público.
3. A Regra de 90 Dias
Em muitos contextos legais – como desapossamentos, reivindicações governamentais ou apreensões de ativos – 90 dias é um padrão reconhecido para períodos de contestação. Não é coincidência que essa janela foi escolhida: ela adiciona familiaridade e legitimidade percebida.
A Questão da Inviolabilidade: Uma Suposição Central Sob Ameaça
O Bitcoin sempre foi construído sobre uma única, inabalável promessa:
As chaves privadas são inquebráveis.
Essa suposição é o que move tudo – desde armazenamento frio e custódia sem confiança até a ideia de que código é lei. Mas se essa suposição falhar, mesmo para uma classe específica de chaves como endereços P2PKH antigos, as fundações psicológicas do Bitcoin poderiam rachar.
- Choque de confiança: Se endereços antigos forem mostrados como vulneráveis, ninguém verá “moedas dormentes” da mesma forma novamente.
- Ripple comportamental: Detentores de longo prazo – especialmente aqueles que usam carteiras legadas – podem correr para migrar, acionando mudanças em toda a rede.
Consequências de Mercado: O Que Acontece Se as Pessoas Acreditarem?
O medo não precisa ser real – só precisa parecer real.
- Vendas de pânico: Mesmo uma percepção de que chaves privadas podem ser quebradas poderia desencadear volatilidade acentuada, especialmente entre aqueles que mantêm grandes carteiras inativas.
- Migração forçada: Milhões de BTC podem ser movidos de endereços P2PKH antigos para formatos mais seguros e modernos como Native SegWit (bech32, começando com
bc1
), não por conveniência – mas por sobrevivência.
Pensamentos Finais: Um Sinal Que Não Deveria Ser Ignorado
A movimentação de Bitcoin em 4 de julho – 80.000 BTC de carteiras longamente inativas, executada com precisão e acompanhada por mensagens enigmáticas em cadeia – pode não ser uma prova definitiva de uma violação criptográfica. Mas é um sinal poderoso.
Se foi um exploit, uma performance, ou um desafio ao ecossistema, as implicações são claras:
- As chaves antigas do Bitcoin podem não ser tão seguras quanto se pensava
- Os detentores de carteiras legadas enfrentam um forte incentivo para migrar
- A comunidade deve permanecer vigilante – não complacente
Este evento nos obriga a reexaminar a suposição de que “se está na blockchain e intocado, está seguro.” Essa suposição pode não se sustentar mais. Em um sistema construído sobre certeza criptográfica, até mesmo a aparência de fraqueza exige escrutínio.
Se isso foi um teste – fomos avisados. Se foi um ataque – foi brilhante. E se foi real – muda tudo.
Créditos & Fonte
Este artigo é baseado na brilhante investigação realizada por Cyphertux. A pesquisa original, rica em detalhes e insights técnicos, está disponível aqui (em francês): 🔗 https://www.cyphertux.net/articles/fr/research/bitcoin-80k-btc-mystere-opreturn
Um agradecimento especial a Cyphertux por tornar este trabalho público – e por soar o alarme antes de todos nós estarmos acordados.
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